LEONOR
Assim
que chegamos a minha casa, fui deitar um bocadinho os meninos porque estavam
cansados da viagem.
Eu
estava feliz, sentia-me mesmo feliz. Tinha comigo os meus piolhos, os meus
pequeninos e, por enquanto, tinha comigo o Rúben. Ele estava demasiado apático,
ficou surpreendido, ao inicio sim, mas agora estava calmo e isso assustava-me
pois a possibilidade de nos separar-mos novamente deixa-me sem chão. Aguentei 2
anos sem ele, sim, mas custou-me tanto mas tanto não ter o seu amor nem o seu
conforto. Quando os meninos nasceram gostava que ele estivesse lá, simplesmente
para me apoiar e eu puder contar com o seu carinho. Mas não foi possível, fiz
uma escolha, se o Ruben soubesse a verdade sobre a Filipa e o Tomás ele nunca
iria me perdoar. Mas ele vai fazer perguntas, eu sei que vai, e isso assusta-me
pois não lhe posso dar as respostas que ele quer (e merece) e desta vez pode
ser ele a deixar-me.
Quando
voltei a sala apenas o Rúben estava lá sentado.
-
A Catarina?
-
Disse que ia dar uma volta. – Disse enquanto eu me sentava ao seu lado no sofá.
-
Hum, está bem. – Respirei fundo. Tínhamos de ter esta conversa e mais valia ser
agora do que quando os meninos acordassem. – Rúben, nós temos de conversar. –
Disse a medo.
-
Sim temos Leonor, mas acho que deves ser tu a começar a falar.
-
Provavelmente vais achar injusto da minha parte, vai dizer que só estou a
pensar em mim, e se calhar até é um bocadinho verdade mas se me amas, e eu sei
que amas, confia apenas no que eu te digo e faz o que eu te peço. -
Aproximei-me mais dele e agarrei-lhe as mãos. – Já te disse uma vez mais volto
a dizer, a única maneira de nós os dois voltarmos a tentar funcionar de novo é
esquecer de vez o passado. Não me faças perguntas, nem sobre o motivo de ir
embora, nem o que aconteceu para engravidar nem quem é o pai dos meninos. – Ele
ia falar mas eu não o deixei. – Amor, - Ele sorriu. – sei que é difícil o que
te estou a pedir mas por favor, eu amo-te mais do que me amo a mim mesma,
amo-te tanto como amo os meus piolhos, vocês são a minha família neste momento
e eu não quero perder isso. Sei que remexer
no passado só vai trazer coisas más, por isso vamos recomeçar a partir
daqui, vamos viver o presente juntos e construir um futuro sólido. Eu quero que
a Pipa e o Tomás te vejam como a figura masculina que nunca tiveram na vida, te
vejam como um pai. Isto se claro, tu aceitares o facto de eu
ter dois filhos, porque acredita que por muito que eu te ame e por muito que
seja difícil escolher entre vocês, eu vou escolher os meus filhos e um dia
tu perceberás porque.
RÚBEN
Quando
a Leonor acabou de falar eu nem sabia o que dizer. É lógico que eu a amava e
amava mesmo muito mas não sei se estou preparado para assumir o papel de pai,
pois se namorar com a Leonor a Pipa e o Tomás verão em mim o pai que nunca
conheceram.
Por
um lado sinto-me privilegiado por a Leonor querer que eles me vejam como o pai
que nunca conheceram mas por outro as coisas vao mudar muito.
-
Sinceramente não sei mesmo o que te dizer. Amo-te e tu sabes bem disso mas não sei
se estou preparado para assumir este papel na vida deles. Eu não sei o que é
ser pai Leonor.
-
Eu também não sabia ser mãe e aprendi. São eles que me ensinam a cada dia que
passa, com cada atitude, seja ela boa ou má, eles á sua maneira de criança
dizem-me o que devo fazer. Se estiveres disposto a aprender, acredita no
momento saberás o que fazer. Mas eu por muito que te amo não te posso obrigar a
nada. Agora, eu já não sou só eu, sou eu e duas crianças. Tu é que decides a
decisão a tomar. E acredita que não te vou deixar de amar se te decidires
afastar e seguir com a tua vida, aliás era isso que devias de ter feito á 2
anos atrás. – A Leonor baixou a cabeça e uma lágrima caiu-lhe pelo rosto.
Levantei-lhe a cara, limpei-lhe a cara e falei.
-
Eu amei-te, amo-te e vou-te amar sempre. O meu coração pertence-te, quer tu o
aceites ou não. Já tivemos a prova que nem a distância consegue acabar com algo
tão verdadeiro como o sentimento que nos une. – Aproximei-me ainda mais dela e
continuei a falar com os olhos próximos e fixos um no outro. – Não prometo não falhar,
mas prometo dar o melhor de mim e esforçar-me ao máximo para aprender a ser uma
figura masculina presente na vida dos meninos, aliás, na vida dos nossos
meninos. – Ela beijou-me. Beijamo-nos como há muito não acontecia, nem mesmo
hoje de manha quando assumimos que ainda eramos loucos um pelo outro. Foi um
beijo de entrega total e amor sem limites, foi como se simplesmente com aquele
beijo estivéssemos a confirmar que seriamos eternamente um do outro.
-
Amo-te de verdade. – Sorri com a afirmação dela.
LEONOR
Estava
muito mais tranquila. Sentia que agora sim, podia trilhar um caminho com o
Rúben do meu lado e que podíamos ser felizes. Estávamos abraçados simplesmente
a ouvir o respirar um do outro quando ouvimos a Pipa a chamar. Ia-me a levantar
para ir busca-la para não acordar o Tomás quando o Rúben me surpreendeu.
-
Deixa-me ir a mim. – Olhei-o a tentar decifrar se falava verdade. – Se quero
fazer parte da vida deles tenho de começar por algum lado. Sou capaz de ir
buscar a Pipa. Confia em mim. – Assenti com a cabeça. Sabia que ele era capaz.
Havia mais coisas que o unia aquelas crianças do que o que ele pensava. Ele
levantou-se e deu-me um beijo na testa antes de sair.
Levantei-me
logo a seguir e fui até á cozinha preparar cerelac pois estava na hora da minha
pequenina comer. Estava a arrefecer a papa quando o Ruben entra com a Pipa no
colo e com ela abraçada ao pescoço dele.
- Mamã. – Disse a Pipa abrindo os braços na
minha direção. Pousei a papa em cima da mesa e peguei na minha pequenina.
-
Dormiste bem princesinha?
-
Sim mamã.
-
Vamos papar agora? – Ela assentiu com a cabeça e sentei-me com ela no meu colo.
O Rúben sentou-se a nossa frente.
Enquanto
dava a papa á pequenina ela e o Rúben ia falando os dois. Aos poucos o Rúben ia
se sentindo mais á vontade com as constantes perguntas e até em perceber
algumas palavras que a Pipa ainda não sabia dizer muito bem por ser pequenina.
Sorri ao ver que o Rúben estava mesmo a tentar se aproximar dos meninos. Acabei
de dar a papa e sentei-a no colo do Rúben pois ia ver como estava o meu outro
pimpolho.
Cheguei
ao quarto onde ele estava e ainda continuava a dormir. Dei-lhe um beijinho na
testa e aconcheguei-o.
Quando
entro na cozinha deparo-me com o Ruben e a Pipa a rirem, pois o Rúben estava a
fazer cocegas á pequena, mas não sei qual dos dois se divertia mais.
-
Muito divertidos os meninos, sim senhora. – Eles pararam e olharam-me. O Rúben
falou.
-
Amor, tenho de ir para o treino. – Disse enquanto se levantava.
-
Vai lá. Anda cá á mãe Pipa. – Mas ela não veio, continuou no colo do Rúben. –
Então filha?
-
Pede á mãe o que queres Pipa. – Disse o Rúben. Ela olhou para ele a medo mas
ele incentivou-a e ela olhou-me.
-
Mamã deixas-me ir com o Rúben ao treino? Ele disse que não tinha problema e eu
gosto muito do Quiqa (Benfica).
-
Não sei filha.
-
Por mim não tem mal amor, ela pode ir. – Lá acabei por ceder e a Filipa foi com
o Rúben.
Se
por um lado estava contente por ela ter gostado tão facilmente dele por outro
tinha medo da reação do plantel, pois ninguém sabe que eu e o Rúben já fomos
namorados e muito menos que eu tenho dois filhos.
Será que o Rúben vai aguentar muito tempo este "papel de pai"?
Como será que vai reagir o plantel a esta novidade? E a mãe do Rúben?
Olá meninas.
Em primeiro lugar queria vos pedir imensas desculpas por esta demora mas tem sido impossível arranjar tempo, era óptimo se o dia tivesse 48h :o
Em segundo lugar gostaria que comentassem sobre o que acham da história até aqui e quem acham que vai ser o "par romântico para a Catarina ( digo já que vai ser um jogador ;b ) Fico á espera das vossas opiniões ;b
Beijinhos
Nii'i ♥