domingo, 31 de março de 2013

Enlaces do Passado - 20º Capitulo - " Não te esqueces-te que sou gay, pois não? "


Olá meninas,
Antes de lerem o capitulo queria só deixar aqui o link de uma fic muito boa e que se calhar vocês ainda nao conhecem. Dêem lá um saltinho que nao se arrependem. A fic é da Dulce e é sobre o Rúrú <3
http://age-is-just-a-number-jg.blogspot.pt

Beijinhos
Nii'i 





           Catarina sabia que não podia estar ali, sabia que aquilo poderia acontecer … e aconteceu. Nem Leonor sabia que o seu avô era nada mais nada menos que o Presidente do Sport Lisboa e Benfica.

           No dia em que decidiu cortar ligações com a sua família, Catarina foi viver para o Porto, e passado um ano mudou-se para Braga. Ela tinha umas ambições e a sua família queria que ela tivesse outras. Porém, Catarina era uma mulher cheia de garra que persegue os seus sonhos. Não foi para medicina como a sua família tanto ansiava, ela sabia que podia estudar onde quisesse pois vinha de uma família abastada e de renome, ou não fosse o seu avô quem fosse, mas ela tinha outros sonhos … ela queria algo que a “iria manchar” o nome da sua família.

            Foi assim, que á cerca de 4 anos, quando ainda era uma jovem de 16 anos fugiu de casa. De 2 em 2 meses ligava aos pais de um telefone público a dizer que estava bem, mas á cerca de 1 ano deixou de o fazer. Queria de facto, ser independente.

            No entanto, este não foi o único motivo que levara Catarina a sair de casa. Sendo ela neta do conceituado presidente do Benfica e filha de um famoso médico, tudo o que ela fazia era “apreciado” pelas pessoas. Ela tinha de ser a filha, a neta e a irmã perfeita. Mas ela não era perfeita, sabia que não o era. No dia em que percebeu que era demasiado imperfeita para pertencer aquela família, foi também no dia em que decidira mudar o seu aspeto.

            Primeiramente, havia começado de forma saudável, indo a uma nutricionista e seguindo aquilo que esta dizia. Mas os resultados tardavam em chegar, fazendo com que ela mesmo “acelerasse” todo o processo.

            Sem se aperceber muito bem como, aquela rotina de comer e a seguir 
provocar o vómito tornou-se como que uma droga. Ela não podia passar em aquilo, era como … como se não fosse ela.

            Mesmo que quisesse por um fim aquilo, ela já não era capaz. Mas o mais grave, era que Catarina não queria por fim aquilo, pois continuava a sentir-me mal com o seu aspeto.

            Mesmo “viciada” , ela conseguiu entrar onde mais ansiava: no conservatório nacional de música do Porto.

            O primeiro ano foi como um sonho tornado realidade mas o dinheiro que ela havia na sua conta foi acabando, e ela recusava-se a pedir á sua família. Recusava admitir que precisava do apoio deles. Recusava ter de sacrificar tudo pelo que lutou. Recusava ter de se humilhar.

            E foi assim, que ao fim de um ano se viu obrigada a congelar a sua matricula e ir trabalhar para Braga, onde conseguir emprego. Mas Catarina destacava-se no conservatório, ela era … fenomenal. Tinha uma voz que deliciava e vivenciava na música que cantava quem a ouvia. Mas não era só no canto que Catarina era assim, também no piano era única. Quem a via tocar, parecia que ela tinha um dom. E de facto ela tinha. Catarina tinha o dom da música.

            Mas quando saiu de casa Catarina teve de abdicar de uma paixão: o voleibol. Ela era capita da equipa do Benfica. Jogava lá desde que se lembrava, em todos os escalões. Mas no momento em que deixou Lisboa, também foi obrigada a deixar essa paixão.

            Por isso, naquele momento em revê o seu avô ela não sabe o que fazer. Se por um lado quer abraça-lo pois sentiu imensas saudades dele, sempre fora a sua pequenina. Ela amava o seu avô, ele sempre a apoiara em tudo … menos em ir para o conservatório. Por outro lado sabia que se o fizesse estava a dar parte fraca, estava a assumir que ter ido embora fora um erro e isso ela não iria permitir. Não iria permitir que aquele tempo em que se sentiu sozinha antes de conhecer Leonor , fosse em vão.

            Por seu lado, Filipe Viera não sabia o que dizer. Só ele sabia as saudades que sentia da sua “pequenina”, só ele sabia o quanto ela lhe havia feito falta. Contudo, ele não concordava com a decisão dela e não sabendo o que esperar dela decidiu agir de maneira fria, muito fria.

            - A menina está aqui para que? – perguntou mantendo uma certa distancia.

            - Para nada, foi um erro ter vindo aqui! – Exclamou Catarina preparando-se  para ir embora, mas Javi trava-lhe o movimento.

            - Ela veio fazer os testes de admissão ao vólei feminino do clube. – Ele decidira não tocar no assunto de serem avô-neta, preferia falar mais tarde só com Catarina. Assim que Javi fala o avô de Catarina ri-se.

            - Testes? Para que é que ela precisa disso?

            - Não estou a entender. – afirma javi. De facto ele não entendera muitas coisas daquela conversa e esta foi uma dela.

            - Pelo que estou a ver a Catarina não te contou. – Exclama Vieira olhando Catarina. Esta submete-se apenas a baixar o olhar. – Ela foi sempre Capitã do vólei feminino, quer dizer, deixou de ser á 4 anos atrás que foi quando deixou de jogar . – Javi olhava abismado para Catarina. Ele aparvalhava-se com as coisas que não sabia sobre catarina. Primeiro fora o seu ar ternurento de tratar crianças, depois o seu jeito para a escrita e agora o seu talento ( que ele apenas pensava ser gosto ) pelo voleibol. – Como deves prever ela não precisa de … testes. Mas mesmo assim, duvido que ela queria jogar. Já abandonou tanta coisa que não me admirava nada que abandonasse o talento pelo voleibol. – Filipe Vieira estava a ser duro, demasiado duro com a sua pequenina mas ele não conseguia agir diferente. Estava realmente desiludido com ela. Ele sabia que era impossível ela perder o jeito, aquilo era aptidão nata.

            - Pois, mas eu vou jogar voleibol mas para isso vou fazer os testes. Por isso se me dá licença, tenho de ir. – Respondeu inesperadamente Catarina surpreendendo todos, incluindo o próprio avô. Ela agarra na mão de Javi e encaminha-se para dentro para dentro do estádio, não sem antes ouvir o seu avô dizer:

            - Não esperes uma receção fácil, já que elas não ficaram nada agradadas que as tenhas abandonado no dia anterior á final da taça, cuja essa taça acabaram por perder visto que todas as jogadas tinham sido treinadas contigo nelas. – Catarina decidiu não dar importância e continuar, mas ela sabia que aquilo era verdade.

            Continuou na mesma por aqueles corredores que tão bem conhecia com Javi ,mas sem falarem. Chegaram á porta do pavilhão onde iriam ser feitos os testes, Catarina parou, respirou fundo e entrou.

            Quando a porta se abriu as atenções viraram-se sobre ela. Foi a atual capitã e antiga colega de equipa de Catarina que tomou a palavra.

            - O que é que tu estás aqui a fazer?! – Perguntou Marisa com arrogância na voz. Catarina percebeu que a conversa que a esperava não iria ser uma conversa fácil, nada fácil.



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Leonor estava feliz por Catarina finalmente ter quebrado algumas barreiras com Javi.

Hoje Leonor só trabalhava de tarde e como nas últimas noites não tem andado a dormir nada bem, hoje deixara-se dormir. Quando acordou, já perto do meio-dia percebeu que mais ninguém estava em casa. Os meninos estavam com a Ana e a Catarina estava com Javi.

Tomou um duche e vestiu-se. Tinha de estar dentro de 1h na expo onde iria almoçar com Gonçalo.





Chegou antes da hora marcada e aproveitou para pensar no que estava prestes a fazer, ou melhor a pedir.

Gonçalo chegou e cumprimentou Leonor alegremente como era hábito.

- Entao, pequenina, como tens passado?

- Bem, e tu matulão?

- Eu estou ótimo. Ainda namoras com o Rúben? – Gonçalo era a única pessoa do lado de Leonor que sempre soubera do namoro deles.

- Não. Ele vai ser pai do filho da minha irmã.

- Ah?! – Pergunta ele completamente perdido.

Leonor explica-lhe a história toda enquanto almoçam á beira rio. Gonçalo percebe que a amiga está a sofrer imenso mas compreende-a, pois ela sempre foi pessoa de colocar os amigos á sua frente, então quando se falava da sua irmã…

- Leonor tens a certeza que queres que eu faça isso? – perguntava-lhe ele pela milésima segunda vez.

- Tenho Gonçalo. Eu preciso que o Rúben acredite que de facto eu segui com a minha vida e como tu agora também estás livre não te custa nada, faz isso por mim. – suplicava-lhe Leonor. – Eu preciso que o Rúben pare de insistir. Eu estou a fazer um esforço enorme, acredita que sim, mas eu não sei quanto mais tempo resisto. Eu amo-o mais que a mim mesma, ele é o pai das coisas mais preciosas da minha vida que foram fruto do amor que eu e o Rúben vivemos. Mas eu tomei uma decisão, e essa decisão condicionou, ou melhor, impossibilitou o nosso futuro. Eu nunca me iria perdoar por ver a Sofia sozinha com um filho nos braços por minha causa, nunca mesmo. Eu sei o que é isso, eu passei por isso. Por isso eu preciso que o Rúben acredite que és o pai dos meus filhos e que estamos a tentar construir uma família juntos.

- Não te esqueces-te que eu sou gay, pois não? – Leonor riu.

- Não, claro que não mas eu sou a única pessoa que sabe disso certo?

- Em Portugal sim, depois sabem é os meus amigos de Espanha.

- Pronto, se mais ninguém sabe disso cá não há problema.

- Aí que o Rúben vai-me cortar ás postas quando souber que vou dormir na mesma cama que a mulher dele, santo Deus!

- Eu não sou mulher dele.

- Mas é como se fosses. Tu ama-lo, ele ama-te, vocês nunca pertencerão a outras pessoas, serão eternamente um do outro, logo, ele é o teu homem e tu a mulher dele. – Leonor viu-se sem argumentos e apenas abraça o meu melhor amigo.

- E quando é que começa este “teatro”? – Pergunta Gonçalo a rir-se.

- Já! – Exclama Leonor.



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Quando Leonor sai de sua casa, Rúben desespera. Era doentio o que eles sentiam, mas o pior … o pior era que ele sabia que Leonor sentia exatamente o mesmo por ele. Ele era capaz de dar a vida por ela, aquilo era como uma doença incurável.

Não jantou, deixou-se ficar perdido pelo sofá. Ele conheci-a a por isso tinha a certeza que ela estava a ser sincera, tinha sido de facto o fim daqueles dois.

Rúben decidiu cuidar de Sofia e do filho que esta esperava. Sabia que era errado, mas decidiu tentar esquecer Leonor usando a Sofia.






Pouco passava das 22h quando a campainha de Rúben toca. A muito custo ele vai abri-la e repara que é Sofia. Esta entra sem dizer nada e espera-o na sala perguntando mal este entra.

            - Porque não me disseste que tu e a Leonor já foram namorados?

            - Não achei que fosse importante. Foi uma coisa passageira, de momento só. 
– Rúben sentia a garganta a queimar com a quantidade de mentiras que estava a dizer. Mas decidira deixar de correr atrás de quem não quer, decidira que a partir dali seguiria com a sua vida sem se intrometer na de Leonor.

            - Tens a certeza Rúben?

            -Tenho Sofia. Agora vamos mudar de conversa que não te podes enervar. – Rúben aproxima-se de sofia e faz-lhe uma festa na barriga. O seu sonho sempre fora ser pai e agora era-o.

            Sofia puxou Rúben para cima e começou a beija-lo. As roupas começaram a ficar espalhadas pelo corredor. Para Sofia aquilo era amor mas para Rúben era apenas sexo.

            Depressa acabaram na cama onde se envolveram uma vez mais, tendo de novo, significados diferentes para cada um.

            Em certos momentos Rúben chegara mesmo a pensar em Leonor mas era diferente. Ele sentia-se como quando ela voltou, sentia-se magoado, enganado, traído, atraiçoado … abandonado.

            Queria vingar-se, queria que Leonor sofresse como ele sofreu. Ia humilha-la, massacra-la psicologicamente com demonstrações de afeto a Sofia. Era isso, iria fazer o que Leonor lhe dissera e contruir uma família com Sofia. Ele tinha consciência que não era muito correto para Sofia mas naquele momento ele só pensava em vingar-se de Leonor.

            - Queres namorar comigo? – perguntou Rúben quando estavam deitados de frente um para o outro.

            - Amas-me? – questionou Sofia.

            - Não percebi.

            - Não vou namorar contigo se não me amares, não sou um brinquedo Rúben. – Sofia respirou. – Vou voltar a perguntar …

            - Sofia … - tentou intervir Rúben mas em efeito.

            - Amas-me?




✓ Irá a equipa aceitar de novo a Catarina?
✓ E a relação dela com a família, em especial com o avô, irá ser sempre assim, fria?
✓ Irá Javi confrontar Catarina?
✓ Irão as pessoas, em especial Rúben, acreditar que Leonor e Gonçalo são de facto um casal ou irá Gonçalo se apaixonar e "estragar" os planos a Leonor?
✓ E Rúben, irá mesmo vingar-se de Leonor e dizer "sim" a Sofia, ou será incapaz de trair assim Leonor e dirá "não" ?


Olá  guapas (;
Em primeiro lugar queria dizer MUITO OBRIGADA, mas a sério, é mesmo MUITO OBRIGADA pelos 21 comentários no capitulo anterior,  vocês são simplesmente excepcionais.
Em segundo, aqui fica mais um capitulo, não tem poemas, é verdade ( xd ) mas o próximo já terá. Não estou muito convencida quanto ao capitulo mas não queria deixar passar mais tempo sem vou dar um capitulo.
Espero que gostem e que voltem a comentar como no  capitulo anterior, pois não  imaginam como fiquei feliz <3
Beijinhos

Nii'i 

terça-feira, 26 de março de 2013

Enlaces do Passado - 19º Capitulo - ".. é o fim ..."


           



             Catarina percebeu que Javi não iria desistir e rende-se, sentando-se ao seu lado.

            - Diz lá o que queres que não quero perder muito do meu tempo. – Javi queria contrapor, queria dizer que falarem não era uma perda de tempo, mas não, não iria arriscar iniciar uma nova discussão com Catarina que poderia levar a que não tivessem a conversa que Javi tanto queria.

            - Fala-me de ti. – Acabou Javi por pedir.

            - Falo de mim?

            - Sim, quero que fales sobre aquilo que gostas, que não gostas, quero que me digas os teus medos e os teus sonhos …

            - Podes parar por ai Javi. Porque queres saber isso tudo de mim?

            - Quero conhecer-te, só isso Catarina. – Catarina estava num conflito interno. Leonor já lhe havia dito que podia confiar em Javi, sempre que estava com ele Catarina sentia-se … sentia-se viva. E se … e se tentasse? Seria errado?

            - Ok . – Catarina iria tentar. Recostou-se de maneira mais comoda no sofá e começou, aquela que viria a ser a conversa impulsionadora da história que Javi e Catarina iriam viver. – Chamo-me Catarina Vieira, tenho 20 anos e sou de Braga. Gosto de escrever, gosto de cantar, gosto de tocar piano e sou apaixonada por voleibol. O Benfica faz parte de mim e sempre irá fazer. Eu quando nasci toda a minha família respirava Benfica e esse sentimento e essa emoção foi-me dada a conhecer e cativou-me desde o primeiro minuto. Quando digo que amo o Benfica, digo-o de coração e acredita que quando dizem que sou louca por ele, eu assino por baixo. – Javi sorriu de maneira ternurenta, pela primeira vez ele estava a conhecer Catarina e pensou em fazer-lhe como que uma surpresa sobre uma coisa que ela havia dito.

            - Antes de continuares, achas que amanha posso te vir buscar por volta das 10 ? – Catarina arregalou os olhos. Javi estava a ir depressa de mais. Javi notou e apressou-se a explicar. – Queria te levar a um sitio que acho que vais gostar. Confia em mim. – Pediu por ultimo Javi.

            - Tudo bem. Eu peço á Ana para ficar com os meninos.

            - Mas vá , podes continuar. – Incentivou Javi, não conseguindo esconder a alegria que estava a sentir por finalmente ter quebrado uma das muitas barreiras que Catarina impunha à sua volta. Ele interpretava isto como que um incentivo para não desistir do seu principal objetivo: ajudar a Catarina a curar-se.

            - Bem, não há mais nada que possa dizer.

            - Achas … bem é que.. achas que …

            - Diz de uma vez Javier. – Ele sorriu. Apenas a sua mãe o tratava por Javier.

            - Achas … achas que posso ler mais alguma coisa que tu escreves-te?

            - Já leste dois poemas que não devias ter lido. Acho que já foi o suficiente.

            - Confias-te em mim até agora, contínua a faze-lo. – Suplicou Javi agarrando de maneira ternurenta as mãos de Catarina. Esta levantou-se, foi até ao seu caderno e começou a desfolha-lo. Marcou uma página e dirigiu-se a Javi.

            - Toma! – disse enquanto lhe passava o caderno para as mãos e se retirava para junto da janela. Catarina via como que uma fraqueza estar a mostrar o que de mais profundo ir dentro de si, mas pela primeira vez na vida decidiu atirar-se de cabeça. Enquanto Javi lia Catarina olhava a janela.


Passou, olhou e desviou o olhar. Fugiu de se perguntar a si mesma o que queria e o 
que sentia por ele. Ela olha-o vezes sem conta, olha-o de uma maneira doce e delicada, olha-o de uma maneira que só ela sabe olhar, é uma maneira diferente, é a maneira de quem ama mas nao admite.

Tudo nele serve para a atrair, a sua voz, o seu olhar e o seu sorrir. Ela é como uma escrava do amor, uma escrava que ama mas nao luta, uma escrava que nao sabe o que fazer, pensar e muito menos sentir, uma escrava que só sabe amar.


            Ao acabar de ler este texto Javi apercebe-se que Catarina já sofreu por amor. Se calhar, esse foi o ponto de viragem na sua vida que a levou á doença que hoje tem, se calhar “uma escrava que só sabe amar” era ela, ela foi escrava do amor e agora era escrava do próprio corpo.

            - Está … sentido – Acaba por concluir Javi.

            - Podes ler o que está a seguir. – Respondeu Catarina sem retirar os olhos da Janela. Javi vira a página e lê.


Quero Falar contigo

Sem saberes que sou eu

Quero que saias para sempre

Deste coração meu

Quero esquecer-te

Para nunca mais de ti me lembrar

Pois não quero

Passar a vida a chorar

Chorar por amor

Amor de te amar

Ver o brilho nos teus olhos

A cada teu olhar

Olhar de tristeza

Ou será alegria

Mas era esse olhar

Que eu antes queria

Queria o teu olhar

Queria – te a ti

Pois sei

Que ficarás sempre aqui

Sim aqui,

No meu coração magoado

Mas sei que se voltares

Ficará logo curado

Ficará curado

Dó de te ver

Á tarde, á noita

Até mesmo ao amanhecer

Mas não sei

Se te deixarei voltar

Pois não me quero

Voltar a magoar

Não sei se quero

Viver tudo de novo

Voltar a sentir no meu coração

Chama mais ardente que o fogo

É fogo o teu sorrir

É fogo o teu olhar

É fogo o teu sentir

É fogo o teu amar


Javi ficou sem saber o que dizer. Acho que estava … perfeito. Catarina era sem dúvida uma caixinha de surpresas, que Javi, queria muito descobrir.



--- # ---


Assim que ouve o que o seu pai diz, Leonor para e fica sem reação. No momento em que ia fazer o que ele lhe ordenara, que era sair daquela casa, a sua mãe fala.

- Chega. Ela não vai a lado nenhum. Sempre obedeci a tudo o que disseste mas a Leonor também é minha filha e esta casa também é minha por isso ela fica. Se estiveres incomodado sabes onde é a porta, mas eu fazia imenso gosto que tu ficasses e matasses saudades da nossa menina, sim, que eu bem te apanho muitas vezes com a fotografia dela na mão. – Com aquele reparo da sua mulher, o pai de Leonor não tem como negar as saudades que sente da filha e abraça-a.

O momento que se seguiu foi para ambos contarem o que mudou em suas vidas durante aqueles 3 anos que estiveram separados. Leonor não conta que o motivo de ter ido embora foi ter estado grávida mas conta que tem dois filhos, convidando assim os seus pais a conhecerem os netos no próximo sábado, data do aniversários dos meninos.

Ao fim da tarde, e sem darem pelo tempo passar, Leonor tem de voltar para casa, e despede-se dos seus pais, mas desta vez sabia que era uma coisa temporária pois iria voltar a vê-los em breve e poderia inclusivamente apresentar os seus filhos aos avós.

Estava já perto de casa, quando Javi lhe liga.

- O que é que tu queres espanhol? – Perguntou Leonor com aquele humor que lhe era característico.

- Quero te pedir uma coisa mas não me mates. – Leonor percebeu que não viria coisa boa dali.

- Javi, vê-la o que vais pedir, sabes que eu gosto muito de ti mas …

- Não é nada para mim – apressou-se ele a dizer – eu sei que te vai custar mas por favor vai a casa do Rúben que …

- Não, desculpa mas não.

- Por favor Leonor, ele tem uma coisa muito, mas mesmo muito importante para falar contigo. Eu sei o que te custa isto por isso não te pediria se não achasse que era realmente necessário.

- Tudo bem Javi, mas ficas desde já avisado que nem vou tentar ser simpática. – A conversa entre ambos continua mas o assunto mudou. 

Pouco depois Leonor despede-sede Javi pois está a receber uma chamada de um número que não conhece. Quando atende percebe que é Gonçalo quem lhe liga.

Assim que chega a casa de Rúben  Leonor termina a  chamada com Gonçalo. Aproveita que vai uma senhora a sair do prédio e entra. Sobe ao 5º andar mas assim que fica de frente com a casa de Ruben perde a coragem e dá meia volta para ir embora, mas Rúben, que a vira sair do carro abre a porta e chama-a.


 - Leonor? - Ela ouviu Rúben a chama-la mas não queria falar, tinha medo de não conseguir resistir e se deixar levar por aquilo que tanto queria, mas que infelizmente, não podia. - Leonor? - Rúben voltou a insistir, não se dando por vencido mas ela continuava sem lhe ligar nenhuma. Rúben não teve outra opção senão perguntar directamente aquilo que queria saber. Não tinha programado ser assim, mas era a única maneira de fazer com que Leonor lhe prestasse atenção. - O Tomás e a Filipa são meus filhos? - Leonor parou o que fazia e petrificou. - Responde! - Insistiu Rúben - Mas desta vez sem mentiras - Concluiu ele.

Leonor olha para Rúben e este abre espaço como que a dizer para ela entrar. Ela entra e senta-se no sofá. Ele segue-lhe o exemplo. Rúben queria voltar a  insistir e perguntar outra vez se eram seus filhos mas perdeu-se a olhar para Leonor e o coração falou mais alto.

- Diz que não me amas, diz que não me desejas, diz que nao sentes a minha falta como eu sinto a tua, diz que não sentes ciumes da tua própria irmã, diz que nao me queres ... diz que não te faço falta. - Pedia Rúben com a voz a falhar.

- Sabes bem que não posso dizer isso, seria mentira

- Então porque tem de ser assim Leonor, porque? - Rúben queria berrar mas sentia-se incapaz de elevar o tom de voz para com aquele ser que lhe consumia alma.

- Porque eu aprendi que nós nascemos e vivemos, não para fazer aquilo que queremos ou que nos faz feliz, mas sim para fazer aquilo que tem de ser feito. - Leonor suspirou - Amo-te, e tu sabe-lo melhor que ninguém. - Rúben sorriu. - Mas da mesma maneira que digo que te amo, também te digo que não há hipótese de ficar-mos juntos. O pai da Filipa e do Tomás ligou-me e eu resolvamos dar uma oportunidade para tentarmos formar uma família. - Rúben caiu no sofá, colocando entre as mãos a sua cabeça. - Ambos vamos formar uma família, uma família com pessoas que não amamos, mas falo por mim, eu vou tentar amar o Gonçalo.

- E é assim que fica o amor que sentimos e a felicidade que podemos ter? – Pergunta Rúben com o desespero a tomar conta da sua voz.

- O nosso amor e a nossa felicidade vão ficar como sempre ficaram. O amor será sempre eterno mas a felicidade sempre inalcançável. – Leonor vira-se e encaminha-se para a porta. Rúben continuava imóvel. Pensava que nada podia piorar, mas Leonor prova-lhe que estava errado. Ela abre a porta mas antes de sair vira-se para Rúben e diz – É o fim Rúben .. é o fim. – Sai batendo com a porta não muito de força. Rúben atira uma almofada contra a parede como se estivesse a atirar-se a ele próprio. Ele sabia que em parte a culpa era sua, não lutou por Leonor quando pode. Mas Rúben ficou com uma certeza: os menino não eram seus filhos … ou será que eram?

Rúben olha para um quadro que tem na sua sala com a seguinte frase " I want to live, not just survive!". Sem Leonor, Rúben apenas sobreviveria, não viveria.


--- # ---


Eram 10 horas da manha, Catarina estava já pronta a à espera de Javi. Os meninos tinham ido para casa da Ana. A Leonor fora lá deixa-los quando saiu para trabalhar.

Catarina ouve a campainha. Javi era pontual. Abriu a porta.

- Buenos dias – Saudou calorosamente Javi.

- Bom dia. – Retribuiu Catarina vincando o quanto se orgulhava de ser portuguesa.

- Bem, vamos?

- Sim claro. – Desceram e entraram no carro de Javi. Já perto do sitio onde Javi iria levar Catarina ele tenta novamente saber mais sobre ela.

- Então e a tua família? – Catarina engasga-se quando ouve Javi mas responde o que sempre respondia quando esta era a pergunta.

- Deve estar bem da vida.

- Deve? – Javi era perspicaz.

- Olha, não vamos estar aqui ás voltas. Eu não falo com a minha família. Tínhamos opiniões diferentes e fomos cada um para seu lado. Eu não falo com eles. Eles não falam comigo. Estamos todos felizes. – Entretanto chegam ao sitio onde Javi queria leva-la, Catarina como estava “chateada” com esta conversa sai do carro e vai andando ao mesmo ritmo que Javi sem se aperceber onde estava. Contudo, quando estava mesmo a entrar por aquela grande porta vira-se para Javi e pergunta:

- O que estamos a fazer no estádio da Luz?

- Hoje há treinos de captação para o Vólei. Disseste que adoravas vólei por isso não custa tentar.

- Tu não percebes. Eu não posso estar aqui … não posso. – Dizia enquanto se virava para vir embora.

- Não podes porque? – Perguntou Javi pondo-se á frente de Catarina impossibilitando-a assim de continuar o seu percurso.

- Porque este sitio para mim é … proibido. – Javi não entende a que Catarina se refere. Mas eis que nesse momento passa alguém por eles, para e fala.

- Catarina?! – Esta vira-se para trás e baixa o olhar. Ela sabia que não podia estar ali. Era um erro.

- Avô … - Assim que ouve Catarina a chama-lo de avô, Javi quase que colapsa.

- Sr. Presidente … - Diz Javi sem se aperceber verdadeiramente da situação. Mas faz-se o click naquela cabeça. –Espera lá, o Luís Filipe Vieira é teu avô?! 


✓ Será mesmo o fim daquele casal?
✓ Nao estará Catarina a quebrar depressa demais as barreiras que impunha a Javi?
✓ Irá Rúben conformar-se com a ideia de que os meninos nao sao seus filhos?
✓ Quem será o Gonçalo e que influência terá na história?
✓ Que impacto terá na vida da Catarina este reencontro com o seu avô?



Bem meninas, aqui fica mais um capitulo. 
Espero que gostem e comentem, a vossa opinião é mesmo importante.
Queria pedir também que quem segue a fic seguisse o blog, pois assim tenho uma ideia de quando seguidores tenho.
Beijinhos

Nii'i