terça-feira, 23 de outubro de 2012

Enlaces do Passado - 9º Capitulo


LEONOR


            Assim que chegamos a minha casa, fui deitar um bocadinho os meninos porque estavam cansados da viagem.

            Eu estava feliz, sentia-me mesmo feliz. Tinha comigo os meus piolhos, os meus pequeninos e, por enquanto, tinha comigo o Rúben. Ele estava demasiado apático, ficou surpreendido, ao inicio sim, mas agora estava calmo e isso assustava-me pois a possibilidade de nos separar-mos novamente deixa-me sem chão. Aguentei 2 anos sem ele, sim, mas custou-me tanto mas tanto não ter o seu amor nem o seu conforto. Quando os meninos nasceram gostava que ele estivesse lá, simplesmente para me apoiar e eu puder contar com o seu carinho. Mas não foi possível, fiz uma escolha, se o Ruben soubesse a verdade sobre a Filipa e o Tomás ele nunca iria me perdoar. Mas ele vai fazer perguntas, eu sei que vai, e isso assusta-me pois não lhe posso dar as respostas que ele quer (e merece) e desta vez pode ser ele a deixar-me.

            Quando voltei a sala apenas o Rúben estava lá sentado.

            - A Catarina?

            - Disse que ia dar uma volta. – Disse enquanto eu me sentava ao seu lado no sofá.

            - Hum, está bem. – Respirei fundo. Tínhamos de ter esta conversa e mais valia ser agora do que quando os meninos acordassem. – Rúben, nós temos de conversar. – Disse a medo.

            - Sim temos Leonor, mas acho que deves ser tu a começar a falar.

            - Provavelmente vais achar injusto da minha parte, vai dizer que só estou a pensar em mim, e se calhar até é um bocadinho verdade mas se me amas, e eu sei que amas, confia apenas no que eu te digo e faz o que eu te peço. - Aproximei-me mais dele e agarrei-lhe as mãos. – Já te disse uma vez mais volto a dizer, a única maneira de nós os dois voltarmos a tentar funcionar de novo é esquecer de vez o passado. Não me faças perguntas, nem sobre o motivo de ir embora, nem o que aconteceu para engravidar nem quem é o pai dos meninos. – Ele ia falar mas eu não o deixei. – Amor, - Ele sorriu. – sei que é difícil o que te estou a pedir mas por favor, eu amo-te mais do que me amo a mim mesma, amo-te tanto como amo os meus piolhos, vocês são a minha família neste momento e eu não quero perder isso. Sei que remexer  no passado só vai trazer coisas más, por isso vamos recomeçar a partir daqui, vamos viver o presente juntos e construir um futuro sólido. Eu quero que a Pipa e o Tomás te vejam como a figura masculina que nunca tiveram na vida, te vejam como um pai. Isto se claro, tu aceitares o facto de eu ter dois filhos, porque acredita que por muito que eu te ame e por muito que seja difícil escolher entre vocês, eu vou escolher os meus filhos e um dia tu perceberás porque.

           

RÚBEN


            Quando a Leonor acabou de falar eu nem sabia o que dizer. É lógico que eu a amava e amava mesmo muito mas não sei se estou preparado para assumir o papel de pai, pois se namorar com a Leonor a Pipa e o Tomás verão em mim o pai que nunca conheceram.

            Por um lado sinto-me privilegiado por a Leonor querer que eles me vejam como o pai que nunca conheceram mas por outro as coisas vao mudar muito.

            - Sinceramente não sei mesmo o que te dizer. Amo-te e tu sabes bem disso mas não sei se estou preparado para assumir este papel na vida deles. Eu não sei o que é ser pai Leonor.

            - Eu também não sabia ser mãe e aprendi. São eles que me ensinam a cada dia que passa, com cada atitude, seja ela boa ou má, eles á sua maneira de criança dizem-me o que devo fazer. Se estiveres disposto a aprender, acredita no momento saberás o que fazer. Mas eu por muito que te amo não te posso obrigar a nada. Agora, eu já não sou só eu, sou eu e duas crianças. Tu é que decides a decisão a tomar. E acredita que não te vou deixar de amar se te decidires afastar e seguir com a tua vida, aliás era isso que devias de ter feito á 2 anos atrás. – A Leonor baixou a cabeça e uma lágrima caiu-lhe pelo rosto. Levantei-lhe a cara, limpei-lhe a cara e falei.

            - Eu amei-te, amo-te e vou-te amar sempre. O meu coração pertence-te, quer tu o aceites ou não. Já tivemos a prova que nem a distância consegue acabar com algo tão verdadeiro como o sentimento que nos une. – Aproximei-me ainda mais dela e continuei a falar com os olhos próximos e fixos um no outro. – Não prometo não falhar, mas prometo dar o melhor de mim e esforçar-me ao máximo para aprender a ser uma figura masculina presente na vida dos meninos, aliás, na vida dos nossos meninos. – Ela beijou-me. Beijamo-nos como há muito não acontecia, nem mesmo hoje de manha quando assumimos que ainda eramos loucos um pelo outro. Foi um beijo de entrega total e amor sem limites, foi como se simplesmente com aquele beijo estivéssemos a confirmar que seriamos eternamente um do outro.

            - Amo-te de verdade. – Sorri com a afirmação dela.



LEONOR


            Estava muito mais tranquila. Sentia que agora sim, podia trilhar um caminho com o Rúben do meu lado e que podíamos ser felizes. Estávamos abraçados simplesmente a ouvir o respirar um do outro quando ouvimos a Pipa a chamar. Ia-me a levantar para ir busca-la para não acordar o Tomás quando o Rúben me surpreendeu.

            - Deixa-me ir a mim. – Olhei-o a tentar decifrar se falava verdade. – Se quero fazer parte da vida deles tenho de começar por algum lado. Sou capaz de ir buscar a Pipa. Confia em mim. – Assenti com a cabeça. Sabia que ele era capaz. Havia mais coisas que o unia aquelas crianças do que o que ele pensava. Ele levantou-se e deu-me um beijo na testa antes de sair.

            Levantei-me logo a seguir e fui até á cozinha preparar cerelac pois estava na hora da minha pequenina comer. Estava a arrefecer a papa quando o Ruben entra com a Pipa no colo e com ela abraçada ao pescoço dele.

             - Mamã. – Disse a Pipa abrindo os braços na minha direção. Pousei a papa em cima da mesa e peguei na minha pequenina.

            - Dormiste bem princesinha?

            - Sim mamã.

            - Vamos papar agora? – Ela assentiu com a cabeça e sentei-me com ela no meu colo. O Rúben sentou-se a nossa frente.

            Enquanto dava a papa á pequenina ela e o Rúben ia falando os dois. Aos poucos o Rúben ia se sentindo mais á vontade com as constantes perguntas e até em perceber algumas palavras que a Pipa ainda não sabia dizer muito bem por ser pequenina. Sorri ao ver que o Rúben estava mesmo a tentar se aproximar dos meninos. Acabei de dar a papa e sentei-a no colo do Rúben pois ia ver como estava o meu outro pimpolho.

            Cheguei ao quarto onde ele estava e ainda continuava a dormir. Dei-lhe um beijinho na testa e aconcheguei-o.

            Quando entro na cozinha deparo-me com o Ruben e a Pipa a rirem, pois o Rúben estava a fazer cocegas á pequena, mas não sei qual dos dois se divertia mais.

            - Muito divertidos os meninos, sim senhora. – Eles pararam e olharam-me. O Rúben falou.

            - Amor, tenho de ir para o treino. – Disse enquanto se levantava.

            - Vai lá. Anda cá á mãe Pipa. – Mas ela não veio, continuou no colo do Rúben. – Então filha?

            - Pede á mãe o que queres Pipa. – Disse o Rúben. Ela olhou para ele a medo mas ele incentivou-a e ela olhou-me.

            - Mamã deixas-me ir com o Rúben ao treino? Ele disse que não tinha problema e eu gosto muito do Quiqa (Benfica).

            - Não sei filha.

            - Por mim não tem mal amor, ela pode ir. – Lá acabei por ceder e a Filipa foi com o Rúben.

            Se por um lado estava contente por ela ter gostado tão facilmente dele por outro tinha medo da reação do plantel, pois ninguém sabe que eu e o Rúben já fomos namorados e muito menos que eu tenho dois filhos.

Será que o Rúben vai aguentar muito tempo este "papel de pai"?
Como será que vai reagir o plantel a esta novidade?  E a mãe do Rúben?


Olá meninas. 
Em primeiro lugar queria vos pedir imensas desculpas por esta demora mas tem sido impossível arranjar tempo, era óptimo se o dia tivesse 48h :o
Em segundo lugar gostaria que comentassem sobre o que acham da história até aqui e quem acham que vai ser o "par romântico  para a Catarina  ( digo já que vai ser um jogador ;b ) Fico á espera das vossas opiniões ;b

Beijinhos

Nii'i 

8 comentários:

  1. Fiquei curiosa para saber afinal se o Ruben é ou não o pai dos putos LOL

    Isto ainda vai dar confusão lool

    Fico à espera do próximo...

    Bjs

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  2. Alô!!!
    Adorei! Acho que o papel de pai lhe cai muito bem... Por mim, ele aguentaria bastante tempo esse papel :D
    Quanto ao par romântico para a Catarina vou deixar que me surpreendas ;)

    Beijinhos,
    Nessa

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  3. Acho que a história esta muito boa.Um jogador fixe para a catarina era o rodrigo.Fico a espero do proximo capitulo.bjs

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  4. oh gostei tanto!!

    va la, deixa o Ruben ser o pai dos meninos, eu acho que é!!

    Mas, a Leonor nao devia contar de uma vez, sera que esse segredo futuramente nao vai atrapalhar a relaçao deles?

    Beijinhos, adoro a fic!!

    Lisandra

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  5. oh, estava adorar tanto... nem consigo dizer nada parece que ainda estou com o pensamento dentro da historia.
    bjs

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  6. Olá
    EU AMEI!Estava mesmo fenomenal!!!!
    Mas deixaste-me cheia de curiosidade quanto ao próximo capitulo!:p
    Que espero que venha rápido!
    Beijinhos
    Rita

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  7. Estou surpreendida, estou a adorar!
    Está deveras interessante.
    Os últimos dois anos parece-me que ainda vão dar muito que falar.
    Bom trabalho, aprecio muito a tua forma de escrever (;

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