domingo, 15 de julho de 2012

Encales do Passado - 3º Capitulo ( Parte II )


             - Eu sou um estúpido e sabes porque? Porque apesar do que me fizes-te ainda tenho saudades do teu toque, do teu cheiro, – Á medida que ia falando ia-se aproximando de mim. Já eu, não conseguia mover um único músculo. -  da tua voz, dos teus lábios… - Neste momento ele já se encontrava a milímetros de mim. - … mas acredita que não é uma saudade suficientemente capaz de me fazer esquecer tudo o que se passou. – Disse afastando-se de mim. – Por isso, vamos continuar como se não nos conhecesse-mos. Tu não imaginas pelo que passei depois de ires embora e por isso não te vou deixar abrires a ferida que demorei muito tempo a sarar. Mas nunca te esqueças que quem terminou com tudo foste tu, tu não só arruínas-te a minha vida como arruínas-te o meu futuro, o nosso futuro.
           
          - Rúben, se repares bem eu não arruinei nada, pois já não havia amor, pelo menos da minha parte – Custava-me imenso mentir-lhe – e além do mais tu pareces muito feliz aqui em Lisboa.

             - Como é possível dizeres que já não me amavas? Leonor, – Disse enquanto me agarrava os braços e me olha nos olhos – tu vais pagar por tudo o que me fizes-te. – Dito isto, virou costas e foi-se embora. Já eu, deixei-me ficar caída no meio daquele ponte enquanto pequenas gostas de água que se formavam nos meus olhos deslizavam pela minha face.


 ***


Mais duas semanas se tinham passado e com isso o fim do estágio. Tínhamos regressado ontem. Durante este tempo eu e o Rúben não nos falamos nem uma única vez e ele estava a fazer o que tinha prometido fazer, pois aproveitava cada oportunidade para me deitar a baixo e menosprezar. Mas eu nunca lhe mostrei que isso me afectava, apesar de não ser verdade.

            Ainda estava deitada, pois hoje deu-me a preguiça, quando o meu telemóvel começou a tocar. Nem vi quem era e atendi.

            - Sim?

            - Leonor? É a Ana.

            - Oh Ana, á quanto tempo. Desculpa por ter ido embora, desculpa por nunca ter dito nada e por desde que estou em Lisboa nunca te ter ido visitar.

            - Eih, calma Leonor. – Ela gargalhou. – Primeiro eu conheço-te e sei que deves ter tido razoes muito fortes para fazeres o que fizes-te, segundo sei que estives-te na suíça estas três semanas por isso não me podias visitar e terceiro continuas a ser a minha melhor amiga. – Ao fim de dois anos sem nos falarmos ouvi-la dizer isto era como se levasse com uma gigantesca injecção de alegria.

            - Oh princesa, não sabes como isso me deixa feliz, e tu também sabes és e sempre serás a minha melhor amiga.

            - Mas não te liguei por isso. Como sabes vou casar no próximo sábado. – Nunca me iria perdoar por não a ter ajudado nos preparativos para o casamento. – E como tal queria saber se ainda aceitas o convite que te fiz á dois anos atrás.

            - Tu não convidas-te mais ninguém nestes dois anos?

            - Não.

            - Como sabias que ia voltar a tempo do teu casamento? – Era incrível como ela me surpreendia a cada dia.

            - Leonor eu conheço-te e sabia perfeitamente que não me ias deixar sozinha neste dia tão importante.

            - Nem tenho palavras Ana, obrigada por tudo.

            - Mas não me respondes-te á pergun…

            - Claro que aceito, fiquei mesmo muito honrada. Mas Ana, achas mesmo que é boa ideia?

            - Estas a referir-te ao Ruben certo?

            - Sim. Ana nós nem nos falamos, se dizemos alguma coisa é para discutir e eu não quero estragar nem criar mau ambiente no teu casamento.

            - És a minha melhor amiga e minha madrinha, o Ruben é meu cunhado e padrinho do Mauro, como tal vão lá estar os dois e vão pelo menos se respeitar, por mim e pelo Mauro façam isso.

            - Eu faço mas o Ruben já n…

            - Eu e o Mauro já falamos com o Ruben. Ao inicio ele ate se recusou a ser padrinho do Mauro se tu fosses ao casamento mas depois ele percebeu que era algo muito importante para nós.


            Continuamos a conversa durante imenso tempo. Depois fui tomar banho e vestir-me que tinha de ir para a Luz pois o mister iria fazer um balanço do estágio.




Cheguei á luz já no fim da palestra pois foi isso que o mister me tinha dito.

            - Posso? – Perguntei depois de bater á porta.

            - Claro Leonor. Nós já terminamos. – Olhei o plantel e o meu olhar cruzou-se com o do Rúben. – Agora tens uma conferencia com a imprensa certo?

            - Sim, tenho de levar dois jogadores para fazer um balanço do estágio e falar sobre a sua opinião sobre a próxima temporada.

            - Muito bem, contigo vais o Javi e o Ruben. – Agora virando-se para o plantel. – Javi e Ruben vão com a Leonor.

            - Fazer o que mister? – Foi o Javi que falou.

            - Á conferencia que vos falei. Mas andem lá ou não sabem que não se deixam senhoras penduradas? – Perguntou o Jorge quando o Ruben já se encontrava á minha beira e o Javi quase a chegar.

            - Se calhar são as senhoras que nos deixam pendurados. – Disse o Ruben num sussurro que só eu era capaz de ouvir.

            Ignorei e seguimos até onde ia decorrer a conferencia. Correu tudo da melhor maneira. Era incrível como desde a primeira conferencia que me sentia mesmo á vontade ali, a falar sobre o meu clube de coração.

            O Javi e o Ruben seguiram para o treino e eu fui falar com o presidente. No fim, este pediu-me para ir falar com o Jorge e assim o fiz.

            Quando lá cheguei o treino tinha terminado e por isso mesmo só a equipa técnica continuava lá, dei o recado ao Jorge e ele pediu-me para ir ao balneário avisa o Nelson que no dia seguinte tinha de ir falar com o presidente.

            Despedi-me deles e fui ao balneário. Bati á porta mas ninguém respondeu, abri a porta e entrei. Não estava lá ninguém , e decidi vir embora.

            Quando estava a abrir a porta para sair reparo num papel caído no chão. Volto atrás e apanho-o. Sei que não é correto mas a minha curiosidade falou mais alto por isso abri-o. Assim que vi o que era tive de me sentar.

            “ Rúben, não vou andar aqui com rodeios a tentar encontrar uma desculpa bonitinha e que fique bem, eu quero acabar tudo. Aliás, á imenso tempo que o que nós tínhamos acabou, pelo menos da minha parte. Não te amo, se calhar nunca amei. Foi um erro termo-nos tido “isto”. Espero que fiques bem.

Leonor “


Esta era a carta que eu tinha escrito ao Ruben quando terminei com a nossa relação. Não fazia a menor ideia que ele ainda a guardava.

            - Leonor?

            - Toma, isto é teu. – Levantei-me, limpei as lágrimas que enquanto lia a carta me iam caindo e entreguei-a ao Ruben. – Porque ainda a tens?

            - Porque sim. – Respondeu sem me encarar.

            - Porque não seguiste com a tua vida? – As lágrimas invadiram de novo os meus olhos. – Fui embora para seres feliz. – Disse em sussurro mas mesmo assim o Ruben ouviu.

            - Estás parva? Eu só era feliz porque te tinha, a partir do momento em que te foste embora eu fiquei sem nada. – Ele sentou-se e apoiou ou cotovelos nos joelhos baixando a cabeça – Nada.

            - Não, desde que me fui embora que tu conseguiste o que mais querias, jogar no Benfica.

            - O que queres dizer com isso Leonor? – Não lhe podia dizer, para o bem dos 
dois o Ruben não podia saber a verdadeira razão que me levou a deixa-lo.

            - Quero dizer que não ficas-te sem nada. Realizas-te o teu sonho, conheces-te pessoas espectaculares de certeza, deves ter sido feliz, mais do que quando estavas comigo

            - Nunca se pode ser verdadeiramente feliz quando a pessoa que amamos vai embora sem uma justificação. Há, já me esquecia, tu deste uma justificação.

            - Pois dei. – Apesar de não ser a verdadeira.

            - Leonor olha-me nos olhos – disse enquanto me agarrava nos braços. – e diz-me que quando te foste embora não me amavas. – Eu queria dizer que não o amava mas o meu corpo não me permitia, a minha boca não deixava que as palavras saíssem e os meus olhos apenas libertavam pequenas gostas de água. – DIZ-ME. – Ele gritava e os olhos dele estavam a ficar vermelhos, ficavam assim quando o Ruben estava prestes a chorar.

            - EU AMAVA-TE SIM QUANDO ME FUI EMBORA, amava-te como quando me apaixonei por ti e se queres saber EU AINDA TE AMO. – soltei-me dos braços do Ruben e sai fora do balneário e do estádio sem dar tempo ao Ruben de dizer fosse o que fosse. Só quando cheguei a casa é que me senti segura.

9 comentários:

  1. Adoro a tua fic e estou ansiosa para poder ler mais... :)
    Continua, sim?
    Beijos*

    PS: tenho uma coisinha para ti no meu blog: http://mylove1414.blogspot.com/
    é um selo, espero que gostes ;)

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  2. Olá :)
    Mais isto é lá maneira de acabar!!!
    Quero mesmo muito saber o que vai acontecer!!:P
    Mais e muito muito rápido sim ;)?
    Beijinhos
    Rita

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  3. Olá!
    Gosto bastante.
    Quero saber o que vai acontecer com esse dois.
    Beijinhos Tânia

    http://talvezumdiatedigamote.blogspot.pt/

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  4. Adoro, adoro e adoro *-*
    Continua pff, quero muito ler o próximo capitulo :D
    Beijinhos

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  5. O Ruben deve ter ficado aparvalhado com a resposta dela.
    o que será que ele vai fazer agora que sabe que ela ainda o ama. e o que fez ela acabar com ele?

    Quero muito ler o proximo!! Beijinhos*

    Lisandra

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  6. Adoro a tua fac posta rapido.bjs

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  7. Quando voltas a postar?bjs

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  8. ai meu deus , capitulo emocionante :')

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  9. De cortar a respiração!
    Confesso que já li umas três vezes este capitulo e vivo sempre as mesmas sensações: o coração apertado, os olhos a correr tão depressa que o cérebro não consegue acompanhar e no fim uma grande vontade de ler mais.
    Sim... uma vontade de ler mais?! (obrigada universidade por não me dares tempo para mais nada)
    Vamos ver se é desta xb

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