RÚBEN
Quando ouvi a Leonor a dizer que ainda me amava
eu fiquei nem sei bem como, só sei que perdi a noção da realidade, do tempo e
do espaço, era como que se estivesse a sonhar mas não estava. Ela estava ali,
frente a frente comigo e disse-me aquilo que eu, no fundo, tanto queria ouvir. Ela amava-me, sempre me
amou mas entao porque se foi embora? Porque acabou daquela forma? Porque nunca
mais deu noticias? Será que ela estava a brincar com os meus sentimentos e isto
não passava de uma brincadeira? Tinha tantas perguntas para lhe fazer mas assim
que “acordei” para a realidade e olhei á minha volta percebi que estava
sozinho, ela tinha ido embora, novamente ela fugiu.
Sai do balneário a correr para ver se ainda a
conseguia apanhar mas ela já tinha ido embora. Pensei em ligar-lhe ou ir ate
casa dela mas não sabia nem o numero nem a morada. Não podia fazer nada, nada.
Resolvi ir até casa do Mauro, precisava de falar
com alguém sobre isto tudo.
Cheguei a casa do Mauro e toquei a campainha.
Foi a Ana que me abriu a porta.
- Oh olá Rúben, por aqui? – Disse-me,
cumprimentando-me de seguida.
- Sim tudo. O Mauro está?
- Não, ele saiu. Mas precisas de algo?
- Precisava de falar com ele.
ANA
-
Precisava de falar com ele. – Notei que o Rúben estava estranho, já o conheço a
tempo suficiente para notar quando ele não está bem.
-
Mas entra, toma um café.
-
Não, eu passo por cá noutra altura.
-
A sério Rúben, fica. – Precisava de falar com ele.
-
Está bem.
-
Entra para a sala que vou fazer um café para nós. – Ele fez o que lhe disse e
eu segui para a cozinha. Fiz o café enquanto ia pensando como ir abordar um
assunto tão delicado com o Rúben. Nunca tinha falado com ele sobre este assunto
por isso não sabia como ele iria reagir.
Coloquei
as chávenas num tabuleiro e levei para a sala.
-
Toma. – Disse chegando perto do Rúben e dando-lhe uma chávena.
-
Obrigada. – Peguei na outra chávena e sentei-me ao seu lado.
-
Rúben eu queria falar contigo sobre um assunto mas não quero que penses que me
estou a meter na tua vida ou assim.
-
Ana, és minha amiga há imenso tempo e depois de amanha serás minha cunhada,
podes falar comigo sobre o que quiseres. – Sorriu, dando um golo no café de
seguida.
-
A Leonor voltou como sabes, - vi que o nome Leonor mexeu com ele. – e queria
saber como estás a lidar com tudo isto. Sei que nunca falamos sobre este
assunto mas queria saber como te sentias.
-
Para te ser sincero ao inicio senti-me mesmo revoltado, frustrado, mas agora
nem sei. – Disse enquanto apoiava a cara nas mãos e os braços em cima dos
joelhos.
-
Mas que se passou para dizeres isso? – Tinha-se passado algo, eu tinha
percebido.
-
Hoje quando cheguei ao carro percebi que tinha deixado cair pelo caminho a
carta que a Leonor escreveu quando me deixou, e antes que perguntes, sim eu
ando com ela na carteira desde o dia em que ela me deixou – acho que só agora
percebi o quanto o Rúben sofreu com a partida da Leonor. – quando voltei para
trás e entrei no balneário a Leonor estava lá com o papel na mão. Discutimos
mas depois perguntei se ela quando me deixou não me amava, e ela disse que me
amava e que ainda me ama agora. – Vi uma lágrima cair pela cara do Ruben. – Mas
ela foi embora e não disse mais nada. Não sei que fazer e muito menos que
pensar.
-
Nem sei mesmo que te dizer, não faço ideia pelo que estas a passar. Rúben vou
te fazer uma pergunta mas queria que fosses o mais sincero possível.
-
Fala claro.
-
Tu ainda amas a Leonor?
-
Apesar de tudo sim, ainda a amo como a amava á 2 anos atrás.
RÚBEN
Ainda
fiquei a falar com a Leonor mais um pouco mas depois fui para casa e adormeci sempre
com a Leonor no pensamento.
O
dia de sexta passou a correr. Perguntei pela Leonor ao mister dizendo que
precisava de falar com ela sobre um assunto da imprensa mas ele disse que ela
estava de folga e como vinha o fim de semana só voltava a trabalhar na segunda.
Hoje
é sábado e é o dia do casamento do Mauro. Apesar do assunto Leonor não me sair
da cabeça o meu irmão precisava de mim a 100% por isso teria de me concentrar
no casamento.
Levantei-me,
tomei banho e vesti-me. Quando cheguei a cozinha para tomar o pequeno almoço vi
em cima do balcão a carta da Leonor e isso fez-me lembrar do dia em que nos
vimos pela primeira vez.
***
RÚBEN
Hoje
acordei cedo apesar de só ter treino á tarde. Tinha de estar às 10h numa escola
para fazer uma presença e falar sobre o desporto como profissão.
Levantei-me
e depois de tomar banho vesti-me. Conduzi até á escola e como já esperava no
portão estava a directora da mesma à minha espera.
-
Bom dia senhor Rúben. – Disse ela enquanto me dava um aperto de mau.
-
Bom dia e sff trate-me só por Rúben. – Respondi sorrindo.
- Claro.
– Sorriu. – Vamos para o auditório? Já lá estão todos os alunos à espera.
-
Claro. – Durante p caminho fomos falando de como ir decorrer a palestra, do
tempo que iria demorar e qual seria a ordem dos assuntos. A directora parou de
andar e à nossa frente estava uma grande porta de vidro, deduzi ser o
auditório. A directora confirmou as minhas suspeitas e entramos.
O
auditório estava cheio de alunos e assim que me viram entrar todos se calaram e
olharam na nossa direcção. Apesar de já estar habituado causa-me sempre alguma
confusão. É verdade que nunca esperei ser tão reconhecido, pois apesar de ser
jogador do Benfica desde a minha segunda época como sénior que estou emprestado
ao Belenenses e já lá vão 2 anos.
Comecei
por apresentar o que iríamos falar e disse que no final daria oportunidade a todas
as perguntas.
A
palestra demorou sensivelmente 2 horas, que no meu ponto de vista passaram a
voar. Quando chegou a altura das perguntas haviam imensas mas respondi a tudo.
Reparei que havia uma rapariga que estava na 3ª fila que estava muito atenta a
tudo o que falava e podia jurar que parecia interessada, mas no entanto não fez
nenhuma pergunta.
Depois
de tudo respondido e quando ia terminar a directora disse que os alunos tinham
uma pequena oferta para mim.
-
Leonor, a oferta para o nosso convidado? – Disse a directora dirigindo-se á
rapariga que me chamou a atenção durante a palestra. Leonor, nome bonito, muito
bonito.
-
Ah, pois, esqueci-me dela no cacifo. – Respondeu toda atrapalhada enquanto se
levantava. Ninguém conseguiu dizer mais nada pois a rapariga saiu a correr do
auditório mas regressou poucos minutos depois.
Enquanto
isso a directora pediu-me desculpas por este imprevisto, mas como é lógico
afirmei que não havia mal algum.
A
rapariga entrou apressadamente no auditório com um saco na mão.
-
Podes começar Leonor. – Disse a directora da escola e a Leonor virou-se para
mim e falou.
-
Bem, nós sabemos que o normal a oferecer a convidados nestes casos é ramos de
flores mas nós quisemos ser originais. – Sorriu e olhou os colegas. Tinha um
sorriso lindo sem dúvida. – Sabemos também que já deve ser disto a rebentar
pelas costuras – toda a gente no auditório se riu inclusive eu – mas esta será
sempre especial. Esperemos que goste. – E quando acabou estendeu-me um saco e
quando a minha mão tocou na da Leonor senti um arrepio a percorrer-me o corpo, não
consigo explicar muito menos entender. Olhei e ela também me olhava. Ela
desviou o olhar e eu peguei no saco e abri-o. Quando vi o que estava lá dentro
sorri. Era uma camisola do Benfica a dizer o nome da escola com o número 5 e
assinada pelos alunos envolvidos nesta iniciativa.
- Porquê
do Benfica e não do Belenenses? – Perguntei curioso.
- Porque foi a Leonor que teve a ideia desta
iniciativa diferente e segundo ela “ a camisola vermelha fica muito melhor”, já
para não falar que ela é benfiquista ferrenha. – disse uma das raparigas que
estava ao lado dela. Olhei para a Leonor e ela olhava para o chão envergonhada.
Sorri sem motivo apenas porque me apetecia sorrir.
***
Afastei
estas lembranças da minha cabeça, hoje somente o casamento do Mauro
interessava. Tomei o pequeno almoço e sai em direcção a casa da minha mãe que
era onde o Mauro estava.
Quando
cheguei lá a casa e “confusão” era a palavra de ordem. Havia fotógrafos e familiares
a andarem de um lado para o outro acho que sem saberem muito bem a fazer o quê.
Falei
com o Mauro para o tentar acalmar pois ele não aprecia que ia casar parecia
antes que tinha uma doença sem cura pois não parava quieto um minuto e tremia
por tudo o que era lado.
Já
estávamos á porta da igreja quando o Mauro me lembra de algo que eu já me tinha
esquecido.
-
Mano não te esqueças que a Leonor vai estar cá, não quero confusões no meu
casamento sim? Vocês vão estar próximos porque são os nossos padrinhos mas por
mim e pela Ana comportem-se. – O Mauro já sabia do que se tinha passado, a Ana
contou-lhe e ele na sexta ligou-me. Tinha-me esquecido que a Leonor era a
madrinha. Percorri a igreja com o olhar á procura de a ver. O Mauro
apercebeu-se. – Ela vem com a Ana, ainda não está cá. Tu ainda estas mesmo
apanhado por aquela rapariga. – Suspirei e fui para o meu lugar enquanto o
Mauro entrava ao som da música de braço dado com a nossa mãe.
Meninas, queria vos pedir desculpa pela demora mas nesta altura tenho tido muitas actuações de dança ( inclusive para o nosso Benfica *.* ) e isso tem-me ocupado imenso tempo pois os treinos são muitos. Já para não falar nos Jogos Olímpicos que eu não perco as competições de ginástica.
Queria também vos dizer que é a partir desde capitulo que a história em si se vai começar a desenrolar mais profundamente.
O próximo capitulo já esta começado mas antes de o terminar gostaria de saber o que vocês gostavam que se passasse . Se aquilo que a Leonor disse de ainda amar o Rúben é verdade, como será o encontro deles no casamento, tudo, gostaria de saber as vossas ideias do que acham que se vai passar (;
Fico á espera, beijinhos
Nii'i ♥
Estou a adorar a tua fic! :)
ResponderEliminarApesar de não ser do Benfica, é um clube que admiro muito. E já para não falar que gosto imenso do Rúben Amorim :)
Quanto ao que se vai passar, gostava muito que o que a Leonor disse seja verdade, que ela ainda o ama, e que no casamento eles tenham assim um encontro mais, digamos mais caloro :b Naquele sentido de ele não parar de olhar para ela durante o copo de água, quando a pista de dança abrir ele a convidar para dançar, mas a meio da dança ela fugir para a casa de banho, e ai ele vai atrás dela, e confronta-a em relação ao que ela disse, e depois tem assim um momento de loucura! :b
Beijinhos
Olaaaaaaaa
EliminarADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII !
Gostava muito que eles se entendessem , um amor assim tem de ser vivivo :)
Beijinhos
Anne M
ADOREI CONTINUA.BJS
ResponderEliminarOlá! Estou adorar esta historia! Continua! Quero muito ler mais, e mais e maiss! :D
ResponderEliminarEstou ansiosa pelo próximo. É lógico que ainda amam-se e que não vão resistir as emoções fortes, ao imaginarem-se em serem eles a estar no altar.
Beijinhoss! :)
PS: Quer capitulo maior! Isto não da para saborear direitamente! :)
Olá :D
ResponderEliminarEstou a gostar muito!
Beijinhos
Ritááá xD
Olá :)
ResponderEliminarAdorei o capitulo,tal como todos os outros.
E claro como toda a gente gostava que eles assumissem que gostam um do outro e que voltem a namorar.
Continua...
http://podesmorrermasomeuamorportinaomorrera.blogspot.pt/
Beijinhos
Beatriz
Lindo..... continua
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