quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Enlaces do passado - 4º Capitulo


RÚBEN


Quando ouvi a Leonor a dizer que ainda me amava eu fiquei nem sei bem como, só sei que perdi a noção da realidade, do tempo e do espaço, era como que se estivesse a sonhar mas não estava. Ela estava ali, frente a frente comigo e disse-me aquilo que eu, no fundo,  tanto queria ouvir. Ela amava-me, sempre me amou mas entao porque se foi embora? Porque acabou daquela forma? Porque nunca mais deu noticias? Será que ela estava a brincar com os meus sentimentos e isto não passava de uma brincadeira? Tinha tantas perguntas para lhe fazer mas assim que “acordei” para a realidade e olhei á minha volta percebi que estava sozinho, ela tinha ido embora, novamente ela fugiu.

Sai do balneário a correr para ver se ainda a conseguia apanhar mas ela já tinha ido embora. Pensei em ligar-lhe ou ir ate casa dela mas não sabia nem o numero nem a morada. Não podia fazer nada, nada.

Resolvi ir até casa do Mauro, precisava de falar com alguém sobre isto tudo.

Cheguei a casa do Mauro e toquei a campainha. Foi a Ana que me abriu a porta.

- Oh olá Rúben, por aqui? – Disse-me, cumprimentando-me de seguida.

- Sim tudo. O Mauro está?

- Não, ele saiu. Mas precisas de algo?

- Precisava de falar com ele.


ANA

           
            - Precisava de falar com ele. – Notei que o Rúben estava estranho, já o conheço a tempo suficiente para notar quando ele não está bem.

            - Mas entra, toma um café.

            - Não, eu passo por cá noutra altura.

            - A sério Rúben, fica. – Precisava de falar com ele.

            - Está bem.

            - Entra para a sala que vou fazer um café para nós. – Ele fez o que lhe disse e eu segui para a cozinha. Fiz o café enquanto ia pensando como ir abordar um assunto tão delicado com o Rúben. Nunca tinha falado com ele sobre este assunto por isso não sabia como ele iria reagir.

            Coloquei as chávenas num tabuleiro e levei para a sala.

            - Toma. – Disse chegando perto do Rúben e dando-lhe uma chávena.

            - Obrigada. – Peguei na outra chávena e sentei-me ao seu lado.

            - Rúben eu queria falar contigo sobre um assunto mas não quero que penses que me estou a meter na tua vida ou assim.

            - Ana, és minha amiga há imenso tempo e depois de amanha serás minha cunhada, podes falar comigo sobre o que quiseres. – Sorriu, dando um golo no café de seguida.

            - A Leonor voltou como sabes, - vi que o nome Leonor mexeu com ele. – e queria saber como estás a lidar com tudo isto. Sei que nunca falamos sobre este assunto mas queria saber como te sentias.

            - Para te ser sincero ao inicio senti-me mesmo revoltado, frustrado, mas agora nem sei. – Disse enquanto apoiava a cara nas mãos e os braços em cima dos joelhos.
            - Mas que se passou para dizeres isso? – Tinha-se passado algo, eu tinha percebido.

            - Hoje quando cheguei ao carro percebi que tinha deixado cair pelo caminho a carta que a Leonor escreveu quando me deixou, e antes que perguntes, sim eu ando com ela na carteira desde o dia em que ela me deixou – acho que só agora percebi o quanto o Rúben sofreu com a partida da Leonor. – quando voltei para trás e entrei no balneário a Leonor estava lá com o papel na mão. Discutimos mas depois perguntei se ela quando me deixou não me amava, e ela disse que me amava e que ainda me ama agora. – Vi uma lágrima cair pela cara do Ruben. – Mas ela foi embora e não disse mais nada. Não sei que fazer e muito menos que pensar.

            - Nem sei mesmo que te dizer, não faço ideia pelo que estas a passar. Rúben vou te fazer uma pergunta mas queria que fosses o mais sincero possível.

            - Fala claro.

            - Tu ainda amas a Leonor?

            - Apesar de tudo sim, ainda a amo como a amava á 2 anos atrás.



RÚBEN



            Ainda fiquei a falar com a Leonor mais um pouco mas depois fui para casa e adormeci sempre com a Leonor no pensamento.

            O dia de sexta passou a correr. Perguntei pela Leonor ao mister dizendo que precisava de falar com ela sobre um assunto da imprensa mas ele disse que ela estava de folga e como vinha o fim de semana só voltava a trabalhar na segunda.

            Hoje é sábado e é o dia do casamento do Mauro. Apesar do assunto Leonor não me sair da cabeça o meu irmão precisava de mim a 100% por isso teria de me concentrar no casamento.

            Levantei-me, tomei banho e vesti-me. Quando cheguei a cozinha para tomar o pequeno almoço vi em cima do balcão a carta da Leonor e isso fez-me lembrar do dia em que nos vimos pela primeira vez.

           
***


RÚBEN


         Hoje acordei cedo apesar de só ter treino á tarde. Tinha de estar às 10h numa escola para fazer uma presença e falar sobre o desporto como profissão.

         Levantei-me e depois de tomar banho vesti-me. Conduzi até á escola e como já esperava no portão estava a directora da mesma à minha espera.

         - Bom dia senhor Rúben. – Disse ela enquanto me dava um aperto de mau.

         - Bom dia e sff trate-me só por Rúben. – Respondi sorrindo.

         - Claro. – Sorriu. – Vamos para o auditório? Já lá estão todos os alunos à espera.

         - Claro. – Durante p caminho fomos falando de como ir decorrer a palestra, do tempo que iria demorar e qual seria a ordem dos assuntos. A directora parou de andar e à nossa frente estava uma grande porta de vidro, deduzi ser o auditório. A directora confirmou as minhas suspeitas e entramos.

         O auditório estava cheio de alunos e assim que me viram entrar todos se calaram e olharam na nossa direcção. Apesar de já estar habituado causa-me sempre alguma confusão. É verdade que nunca esperei ser tão reconhecido, pois apesar de ser jogador do Benfica desde a minha segunda época como sénior que estou emprestado ao Belenenses e já lá vão 2 anos.

         Comecei por apresentar o que iríamos falar e disse que no final daria oportunidade a todas as perguntas.

         A palestra demorou sensivelmente 2 horas, que no meu ponto de vista passaram a voar. Quando chegou a altura das perguntas haviam imensas mas respondi a tudo. Reparei que havia uma rapariga que estava na 3ª fila que estava muito atenta a tudo o que falava e podia jurar que parecia interessada, mas no entanto não fez nenhuma pergunta.

         Depois de tudo respondido e quando ia terminar a directora disse que os alunos tinham uma pequena oferta para mim.

         - Leonor, a oferta para o nosso convidado? – Disse a directora dirigindo-se á rapariga que me chamou a atenção durante a palestra. Leonor, nome bonito, muito bonito.

         - Ah, pois, esqueci-me dela no cacifo. – Respondeu toda atrapalhada enquanto se levantava. Ninguém conseguiu dizer mais nada pois a rapariga saiu a correr do auditório mas regressou poucos minutos depois.

         Enquanto isso a directora pediu-me desculpas por este imprevisto, mas como é lógico afirmei que não havia mal algum.

         A rapariga entrou apressadamente no auditório com um saco na mão.

         - Podes começar Leonor. – Disse a directora da escola e a Leonor virou-se para mim e falou.

         - Bem, nós sabemos que o normal a oferecer a convidados nestes casos é ramos de flores mas nós quisemos ser originais. – Sorriu e olhou os colegas. Tinha um sorriso lindo sem dúvida. – Sabemos também que já deve ser disto a rebentar pelas costuras – toda a gente no auditório se riu inclusive eu – mas esta será sempre especial. Esperemos que goste. – E quando acabou estendeu-me um saco e quando a minha mão tocou na da Leonor senti um arrepio a percorrer-me o corpo, não consigo explicar muito menos entender. Olhei e ela também me olhava. Ela desviou o olhar e eu peguei no saco e abri-o. Quando vi o que estava lá dentro sorri. Era uma camisola do Benfica a dizer o nome da escola com o número 5 e assinada pelos alunos envolvidos nesta iniciativa.

         - Porquê do Benfica e não do Belenenses? – Perguntei curioso.

         -  Porque foi a Leonor que teve a ideia desta iniciativa diferente e segundo ela “ a camisola vermelha fica muito melhor”, já para não falar que ela é benfiquista ferrenha. – disse uma das raparigas que estava ao lado dela. Olhei para a Leonor e ela olhava para o chão envergonhada. Sorri sem motivo apenas porque me apetecia sorrir.

***


            Afastei estas lembranças da minha cabeça, hoje somente o casamento do Mauro interessava. Tomei o pequeno almoço e sai em direcção a casa da minha mãe que era onde o Mauro estava.

            Quando cheguei lá a casa e “confusão” era a palavra de ordem. Havia fotógrafos e familiares a andarem de um lado para o outro acho que sem saberem muito bem a fazer o quê.

            Falei com o Mauro para o tentar acalmar pois ele não aprecia que ia casar parecia antes que tinha uma doença sem cura pois não parava quieto um minuto e tremia por tudo o que era lado.

            Já estávamos á porta da igreja quando o Mauro me lembra de algo que eu já me tinha esquecido.

            - Mano não te esqueças que a Leonor vai estar cá, não quero confusões no meu casamento sim? Vocês vão estar próximos porque são os nossos padrinhos mas por mim e pela Ana comportem-se. – O Mauro já sabia do que se tinha passado, a Ana contou-lhe e ele na sexta ligou-me. Tinha-me esquecido que a Leonor era a madrinha. Percorri a igreja com o olhar á procura de a ver. O Mauro apercebeu-se. – Ela vem com a Ana, ainda não está cá. Tu ainda estas mesmo apanhado por aquela rapariga. – Suspirei e fui para o meu lugar enquanto o Mauro entrava ao som da música de braço dado com a nossa mãe.









Meninas, queria vos pedir desculpa pela demora mas nesta altura tenho tido muitas actuações de dança ( inclusive para o nosso Benfica *.* )  e isso tem-me ocupado imenso tempo pois os treinos  são muitos. Já para não falar nos Jogos Olímpicos  que eu não perco as competições de ginástica.
Queria também vos dizer que é a partir desde capitulo que a história em si se vai começar a desenrolar mais profundamente. 
O próximo capitulo já esta começado mas antes de o terminar gostaria de saber o que vocês gostavam que se passasse . Se aquilo que a Leonor  disse de ainda amar o Rúben é verdade, como será o encontro deles no casamento, tudo, gostaria de saber as vossas ideias do que acham que se vai passar (;

Fico á espera, beijinhos 

Nii'i 


7 comentários:

  1. Estou a adorar a tua fic! :)
    Apesar de não ser do Benfica, é um clube que admiro muito. E já para não falar que gosto imenso do Rúben Amorim :)
    Quanto ao que se vai passar, gostava muito que o que a Leonor disse seja verdade, que ela ainda o ama, e que no casamento eles tenham assim um encontro mais, digamos mais caloro :b Naquele sentido de ele não parar de olhar para ela durante o copo de água, quando a pista de dança abrir ele a convidar para dançar, mas a meio da dança ela fugir para a casa de banho, e ai ele vai atrás dela, e confronta-a em relação ao que ela disse, e depois tem assim um momento de loucura! :b
    Beijinhos

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    1. Olaaaaaaaa


      ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII !



      Gostava muito que eles se entendessem , um amor assim tem de ser vivivo :)



      Beijinhos


      Anne M

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  2. Olá! Estou adorar esta historia! Continua! Quero muito ler mais, e mais e maiss! :D
    Estou ansiosa pelo próximo. É lógico que ainda amam-se e que não vão resistir as emoções fortes, ao imaginarem-se em serem eles a estar no altar.
    Beijinhoss! :)

    PS: Quer capitulo maior! Isto não da para saborear direitamente! :)

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  3. Olá :D
    Estou a gostar muito!
    Beijinhos
    Ritááá xD

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  4. Olá :)

    Adorei o capitulo,tal como todos os outros.

    E claro como toda a gente gostava que eles assumissem que gostam um do outro e que voltem a namorar.

    Continua...

    http://podesmorrermasomeuamorportinaomorrera.blogspot.pt/

    Beijinhos
    Beatriz

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