quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Enlaces do Passado - 5º Capitulo ( Parte II )


LEONOR

            Desde o primeiro momento em que revi o Rúben que as decisões que em tempos tomara me invadiram. Será que ele era feliz? Deixei-o para ele o puder ser mas e se estava errada?

            - És feliz? – Atirei de rajada antes que me arrependesse de perguntar. Eu queria, não precisava, de saber. Entendi que ele não percebeu onde queria chegar com esta pergunta.  – Sentes que és feliz? – Rectifiquei a pergunta.

            - Porque perguntas isso? – Respondeu sem nunca tirar os olhos da estrada.

            - Curiosidade apenas.

            - Eu conheço-te, nunca perguntas nada por curiosidade ou apenas por perguntar. Sempre que fazes uma pergunta tens um motivo. – Olhei para a janela do meu lado direito e ajeitei-me no banco. – E escusas de ficar nervosa. – Como é que ele ainda me conhecia tão bem? – Eu conheço-te Leonor. – Afirmou. – Nunca deixei de te conhecer. – Disse agora num tom muito mais baixo mas que mesmo assim eu ouvi.

            - Quando me fui embora sempre foi com a intenção que fosses feliz. – Ele encostou o carro, virou-se para mim e falou.

            - Explica-me como é que queres que seja feliz se metade do meu coração de foi embora naquele dia? Metade de mim desapareceu e não voltou. Sabes, eu tinha esperança que apenas fosse uma fase, que precisasses de um espaço e de um tempo só para ti para pores as ideias no lugar. Mas os dias foram passando, as noites sem dormir já eram mais que muitas, o telemóvel sempre ao meu lado e com som, a janela da sala de onde se podia ver a entrada do prédio foi durante muito tempo a minha companhia. Mas nada, nada do que eu fizesse ou pensasse te ia trazer de volta para mim, eu não podia fazer rigorosamente nada, sabes o que é isso? – As lágrimas já caiam pela minha cara há imenso tempo. Eu sabia que ele iria sofrer no inicio mas pensei que depois lhe iria passar e seguir com a vida dele. Afinal não namorávamos assim há tanto tempo. Mas eu sabia que o sentimento que nos unia era muito forte, por isso é que também sabia que acabar não era suficiente, era preciso desaparecer para o Rúben puder recomeçar de novo. – Mas os dias foram dando lugar ás semanas e as semanas aos meses. E ao fim de muito tempo é que percebi que realmente tinhas ido embora, que me tinhas deixado. Aí fiquei revoltado com tudo e com todos. Tu sabes que não gosto de beber mas perdi a conta as vezes que bebi demais nessa altura. Todos me diziam para seguir em frente, pois “namoradas não me haviam de faltar”, mas eu sabia, eu sentia que nenhuma dessa possíveis namoradas iria me fazer sentir o que tu me fazias sentir, nenhuma delas me iria fazer dar a vida, nenhuma delas iria conseguir ocupar o teu lugar, pois só se entrega o coração uma vez na vida e o meu? É teu desde o primeiro dia que te vi. Podes ter ido embora, mas podes ter a certeza que ele foi contigo, pois acredita que eu sinto o vazio de não o ter dentro de mim. – O Rúben deixava cair algumas lágrimas. Eu sabia que ele me amava de verdade, nunca tive dúvidas disso mas por eu o amar da mesma maneira é que parti. Ele olhou volante durante minutos e depois olhou-me nos olhos. – Tu tiveste opção de escolha, eu não. – Ele tinha razão.

            - Tu tens razão. – Ele olhou-me surpreendido. – Nunca tiveste opção de escolha, é verdade eu não te dei a escolher, não te deixei decidir. Mas Rúben, eu se fiz o que fiz tive uma razão, pensei que me conhecesses. – Baixei a cara, não lhe podia dizer a razão, não podia.

            - Isso é o que me deixa pior. Para me teres deixado daquela forma tiveste um motivo muito forte e irrita-me não saber qual. Diz-me Leonor, mas desta vez a verdade, sim, porque essa de não me amares já não me convence.

            - Rúben, vamos tentar ser amigos? Mas não toques mais nesse assunto para esta amizade resultar. Vamos esquecer o passado, tanto o bom como o mau e ser simplesmente amigos.

            - Não me peças isso, eu tenho o direito de saber.

            - Talvez um dia, quando encontrares alguém, cases e sejas feliz. Aí talvez te conte. Mas não agora.

            - Só serei feliz se te tiver do meu lado. – Sussurrou. Fingi que não ouvi o que ele disse. Ele arrancou e seguimos para o copo de água.



***


            Assim que entramos no salão que ficava no centro da quinta onde decorreria o almoço vi a Ana e o Mauro a virem a correr na nossa direcção

- Vocês estão bem? Fartamo-nos de vos ligar

- Desculpem. – Disse o Rúben. – Mas furou-me um pneu.

- Na boa, mas agora vamos almoçar. – Seguimos todos até á mesa principal. Como já era de esperar fiquei sentada ao lado do Rúben.

Durante todo o almoço não falamos muito, apenas de coisas do momento.

O Mauro e a Ana abriram a pista de dança com a habitual valsa. Quando ele acabaram ouviu-se no microfone:

- E agora é a vez dos padrinhos dos noivos dançarem tambem. – Eu e o Rúben olhamos um para o outro. Não podíamos dizer que não dançávamos, as pessoas iriam desconfiar. No entanto eu não me mexia, não sabia se ele iria querer ou não. O Rúben levanta-se, vira-se para mim, estende a mão e diz:

- Aceitas dançar comigo? – Aquela pergunta fez-me recuar até um dia em que dançamos juntos  pela primeira vez.


Lembrança


         Estava com o pessoal num bar que nunca tínhamos ido. Uma rapariga da minha turma tinha arranjado convites e como não queria ir sozinha convidou algumas pessoas. Eu aceitei na hora, afinal sair era comigo.

         O ambiente estava muito bom, nós estávamos sentados numa grande mesa redonda a rir imenso pois o Luís, um amigo nosso, era excelente a contar anedotas, ele fazia com que nos ríssemos com anedotas que não tinham piada nenhuma.

- Olha a benfiquista. – Olhei para trás e vi o Rúben. O meu coração parou. Ele estava ali de novo á minha frente, ver o meu ídolo 2 vezes no mesmo dia já era um sonho mas ele lembrar-se de mim era alho descomunal.

- Ol..a – Disse a tremer por todos os lados.

- Então tudo bem desde a bocado? – Eu já me tinha levantado da mesa.

- Sim e contigo?

- Também. Obrigada pela camisola.

- Não tens nada que agradecer, foi uma prenda de todos. – Sorri.

- Sim, mas foste tu que escolhes-te.

- Isso sim, mas só porque eles quiseram. Disseram que era a única que percebia dessas coisas. – Olhei para trás e o pessoal estava todo a levantar-se. Assim que ouvi a música percebi porque. Todos amávamos aquela música. Sem pensar agarrei a mão do Ruben e puxei para a pista de dança.



Não lhe respondi, apenas sorri, dei-lhe a mão e me levantei. Chegamos a pista de dança e o Ruben agarrou-me pela cintura, afinal a musica assim o pedia. A cada movimento que fazíamos era uma badalada que o meu coração fazia entoar. Parecia querer saltar fora, parecia que se queria junta á parte que lhe faltara e que estava tão próximo. Mas a música acabou e soltei-me dos braços do Rúben, mas ele não deixou e voltou-me a puxar.

- Tenho saudades destes momentos. – Disse ele. – Saudades de te ter e saber que és minha. – Deu-me um beijo no canto dos lábios mas eu fugi, sai dali a correr. Sim, estava a ser cobarde, mas era como eu era agora, eu aprendi a ser cobarde e a fugir dos problemas.

            Estava a divagar pelos meus pensamentos quando a Ana vem ter comigo eufórica:

            - Vamos Leonor, está na hora.

            - Na hora de que?

            - De trocarmos de roupa. – Nem me deu tempo de falar e puxou-me até uma pequena sala. Sim, a Ana sempre sonhou em ter dois vestidos no seu casamento e segundo ela “ a madrinha tem de fazer o que a noiva faz”, ou seja, tive de trocar de vestido.

            Ambas vestimos vestidos compridos, a Ana quis que fossem da mesma cor. O meu tinha uma racha até meio da perna, já o da Ana parecia um vestido de princesa.




            Assim que saímos da sala, a Ana foi ter com o Mauro e eu senti alguém a agarrar-me.

            - Estás linda. – Conhecia aquela voz demasiado bem. Virei-me e comprovei que estava certa.

            - Obrigada Rúben.

            - Se te dissesse que estou a morrer por não te puder beijar, por não te puder tocar, que te queria só para mim neste momento, tu acreditavas?

            - Rúben. – Ouvi uma rapariga a chamar.

            - Sofia? – Perguntou ele surpreendido.

            - Consegui ainda vir aqui um bocadinho. – A rapariga só agora notou a minha presença e olhava alternadamente entre mim e o Ruben. Antes que ela pensasse coisas que não devia apressei-me a falar.

            - Sou a Leonor, madrinha dos noivos, prazer. – Disse enquanto a cumprimentava

            - Sou a Sofia, namorada do Ruben. – E quando acabou de falar olhou para poRúben  – Estava cheia de saudades tuas amor. –  Como é que ele podia descer tão baixo? Dizer que ainda me amava, que me queria e ainda perguntar se me acreditava nele.

            - Eu vou vos deixar matar as saudades todas a vontade, …

            - Leonor…

            - E em relação á pergunta que me tinha feito, a resposta é não. – Virei costas e segui o meu caminho sem olhar para trás.



Será que a Sofia é mesmo namorada do Rúben?
Ainda haverá esperança para a  "relação" do Rúben e da Leonor?
Será que a Leonor seguirá o seu caminho sem olhar para trás também na sua vida?



Meninas, espero que gostem do capitulo e comentem muito como no ultimo (;
Queria pedir que quem soubesse de alguma programa de música para por musicas no blog me diga sff, porque o que eu tenho nao sei trabalhar com ele pois nao fui eu que o pus e ja estou um bocadinho farta de ter sempre a mesma musica no blog ;o Se alguma de voces souber diga em comentários (;
Obrigada

Beijinhos

Nii'i 

10 comentários:

  1. :O Ai Meu Deus! Isto estava tao bem e agora puff! :O Ai ai quero o proximo!!!!!

    Beijo
    Ana

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  2. Mas de onde é que saiu essa Sofia??

    grrrr, nao acredito, mas que raio de sentido de oportunidade! Entao mas o Ruben ta parvo, diz que gosta dela, que ta a morrer por a ter de novo e aparece com uma namorada?! Obvio que a resposta ia ser nao! eu tbm lhe teria virado as costas!!

    Quero esta caso da Sofia resolvido, sim??

    Beijinhos

    Lisandra

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  3. aiiiiiiiiiiii, lindo *-*
    publica rapido por favor :o

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  4. em primeiro espero mm que publiques o mais rapido possivel, pq estou a amar *
    em segundo, acho que a historia esta cada vez melhor ((:
    em terceiro espero mm que eles fiquem juntos e que este momento passe :b
    e em quarto podes exprimentar o programa SCM music player e veres se gostas :)

    Débora *

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  5. adoro tanto a tua história,
    espero que publiques rapido :)

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  6. Oláa, tenho um desafio para ti no meu blog. ;)
    Beijinhos

    Ps: Maldita Sofia grrrrr, ahaha espero que depois deste contratempo estes dois fiquem juntos logo logo :b

    http://mythougsnf.blogspot.pt/

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  7. Ola :D

    Vais publicar hoje?

    Bjs

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  8. Se o odio matasse a Sofia já tinha ido à vida xD
    Amei mesmo , não se acaba assim mas aquilo que me ainda mem dá alguma felicidade é que tenho o capitulo seguinte a um clique ! Beijinhos

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  9. Como compreendo a Jessica Filipa,faço delas as minhas palavras.
    Vou compreender quem é essa tal Sofia e volto já!

    (Óptimo trabalho,adoro)

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