Acordei sem vontade nenhuma para me levantar, só de me lembrar do que me espera a minha vontade era a de ficar para sempre naquela cama.
Mas o dever chamava-me e tinha de me levantar para não chegar atrasada logo no primeiro dia.
Tomei um duche relaxado e vesti a roupa que já tinha escolhido ontem. Tinha de ser uma roupa confortável mas ou mesmo tempo formal, pois apesar de hoje andar muito atarefada com a viagem de avião e a instalação no hotel, ao fim do dia tinha de fazer um comunicado e não ia ter tempo de trocar de roupa.
Depois de pronta, tomei o pequeno almoço, peguei na minha carteira, na mala de viagem e sai.
RÚBEN
Não acredito que ela voltou, agora, ao fim de dois anos ela voltou. Vê-la de novo deixou-me muito feliz por um lado, mas por outro ainda mais zangado mas acima de tudo desiludido, pois a ferida que pensei em tempos ter sarado está afinal mais aberta do que aquilo que eu pensei ser possível.
Quando cheguei ao balneário depois do treino, o Javi tentou perceber o que se passava comigo. Neste último ano ele tornou-se naquilo a que poderia chamar de melhor amigo.
Mas não me apetecia falar outra vez nesse assunto, não hoje. Por hoje já houveram emoções a mais e quanto menos falasse nisso melhor para mim. Ele compreendeu como eu já esperava e disse que ia estar lá para o que precisasse. Agradeci e fui para casa.
***
- Rúben… Mano?
- Ah?! – Respondi ainda meio atordoado.
- Adormeces-te aqui no sofá da mãe. – Depois dele falar dei-me conta do lugar onde estava e vagamente de ter adormecido.
- Eih , pois foi.
- Precisava de falar contigo. – Disse, sentando-se na outra ponta do sofá, fazendo com que me sentasse também.
- Chuta.
- Sei que não gostas de falar nisto, mas é verdade que a Leonor voltou para Lisboa e está a trabalhar no Benfica? – Realmente, hoje mais valia nem ter saído da cama. Já não conseguia ouvir falar mais na Leonor, não depois de tudo o que se passou. Mas era o meu irmão, quando ela foi embora foi ele que sempre me ajudou e apoiou. Havia, no entanto, uma coisa que eu não entendia, apesar de me apoiar ele nunca condenou a Leonor, melhor, ele indirectamente sempre a defendeu. É verdade que eles sempre se deram muito bem, mas depois de tudo o que ela me fez ainda hoje não conseguia compreender a reacção dele a todo este assunto.
- Sim, é verdade. Ela foi hoje apresentada ao plantel.
- E como é que tu estás?
- Normal. – Menti. – Tanto eu como ela agimos como se nunca nos tivéssemos visto e secalhar nunca nos devíamos ter visto mesmo.
- Não digas isso Rúben, vocês foram muito felizes e a Leonor sempre te amou.
- Se me amasse não tinha ido embora, muito menos daquela maneira.
- Ela teve as razoes dela para o fazer Rúben, não a condenes se não sabes o porque de ela ter ido embora.
- Mauro, numa razoes justifica a atitude dela. Mas mesmo assim, ele teve 2 anos para me dar uma justificação e nunca o fez. Nunca me atendeu um telefonema, nunca respondeu a uma sms, não disse a ninguém para onde ia porque assim ninguém me ia dizer. Ela deixou-me aqui sem chão sem nada. Mas sabes uma coisa? Eu não a odeio. E sabes porque? Porque ela nem isso merece que eu sinta por ela. A relação que vamos ter vai ser estritamente profissional e mesmo assim quanto menor melhor.
- Ruben, um dia vais perceber que estas a cometer um grande erro. É verdade que a Leonor errou, mas caramba, tu melhor que ninguém sabes o quanto ela te amava, tu conhece-la, sabes bem que ela não ia embora da maneira que foi se não tivesse um motivo muito forte.
- Não importa Mauro. Para mim a Leonor foi alguém por quem tive a infelicidade de me apaixonar um dia, mas pertence ao passado e esse sentimento esta morto e enterrado a partir do momento em que li aquela maldita carta. E vamos mudar de assunto. – Ainda guardava aquela carta, ainda olhava para ela as vezes a procura de uma resposta, mas nada, não surgia nada.
- Tu é que sabes, a vida é tua. Outra coisa, o casamento está quase a chegar.
- Pois é maninho, estás quase a enforcar-te. – Comecei-me a rir, já o Mauro olhava-me como a querer matar-me.
- Irra, ainda não percebi porque te escolhi para padrinho se tu só gozas com o meu casamento.
- Sabes bem que não é gozar mas tem a sua graça pensar em ti casado.
- Vamos deixar as gracinhas de lado porque tenho uma coisa para te dizer. Vou ser directo. Eu e a Ana vamos convidar a Leonor para o casamento.
- Tu o quê? – Não, não podia ser verdade.
- Vou convidar a Leonor para o casamento.
- Tu já não a vês a 2 anos e depois de tudo vais convida-la?
- Ruben, nem eu nem a Ana temos nada haver com os vossos assuntos, a Leonor sempre foi nossa amiga e ajudou-me muito a encontrar e preparar o locar perfeito para pedir a Ana em casamento, foi uma das pessoas que mais ajudou a Ana no inicio. É verdade que depois foi embora sem dizer nada, mas isso não invalida o resto. Tanto eu como a Ana queremos que ela vá e é o nosso casamento. Espero que compreendas.
- Se ela vai eu não vou.
- Como? Tu és o padrinho.
- Pede a Leonor para ser o teu novo padrinho. – Nem lhe dei tempo de responder, peguei nas chaves do carro e sai porta fora.
Olá :)
ResponderEliminarTenho duas palavras!
QUERO MAIS!
Beijinhos
Rita
Hum..
ResponderEliminarRúben anda mausinho xD
Continua
Beijinho
Ana Sousa
Olá! Já li o capítulo ontem, ou melhor hoje de madrugada, mas só agora reparei que ainda não tinha comentado... Desculpa lá a desatenção.
ResponderEliminarAdorei!
O Rúben está mesmo magoado e eu estou a ver que vou adorar esta fic.
Continua!
Beijinhos
magnifico...
ResponderEliminarquero mais... tou super curiosa para ver o proximo...
continua...
Segundo capítulo, uma nova visão, uma nova ideia do que será a história.
ResponderEliminarTenho a sensação que tudo o que é descrito neste capitulo vai ser recontado nos próximos capítulos xb
Haverá uma dicotomia vitima/vilã?
Vou ver tudinho já, já no próximo
Juro que não percebo xD então mas o sentimento que o Ruben tinha pela Leonor não estava no passado ? Hmm pelos vistos está bem presente :)
ResponderEliminar